Perigos do gergelim – o que é necessário saber

Foto artística de alto nível e muito bom gosto mostra pães salpicados de gergelim branco, entre outros elementos que valorizam e dão clima ao ambiente

Em função dos riscos à saúde, desde 2023 os Estados Unidos passaram a exigir que a presença de gergelim seja claramente indicada nos rótulos de alimentos industrializados.

A medida segue o exemplo de outros países que já adotaram legislações semelhantes, como a União Europeia, o Canadá e a Austrália. A tendência é que outras nações também implementem esse tipo de norma — inclusive o Brasil.

Mas, afinal, será que um alimento tão reconhecido por seus benefícios à saúde pode mesmo oferecer perigo? Neste artigo, vamos esclarecer, com base na ciência, os principais pontos que envolvem o consumo do gergelim para que você possa fazer escolhas com mais segurança e tranquilidade:

Os benefícios do gergelim não são poucos

Apesar das controvérsias, o gergelim se destaca na natureza por ser pequeno no tamanho e grande no valor nutricional. Veja os principais motivos:

1. Antioxidantes que prolongam a vida

Eles atuam no combate ao estresse oxidativo, que está relacionado ao envelhecimento precoce, inflamações crônicas, problemas cardiovasculares e doenças como o câncer.

2. Cálcio que ajuda a proteger os ossos

Uma colher de sopa de gergelim pode conter mais cálcio do que um copo de leite. Por isso, o consumo regular da semente tem sido associado à manutenção da saúde óssea, especialmente quando triturada ou consumida na forma de pasta, facilitando a absorção do mineral.

3. Ferro que ajuda a prevenir a anemia

Uma colher de sopa de gergelim triturado (10g) oferece cerca de 1,3 mg de ferro — mais que o dobro da mesma porção de feijão cozido (14g), que fornece 0,5 mg. Para melhor absorção, recomenda-se associar o consumo a fontes de vitamina C, como frutas cítricas, tomate ou pimentão.

4. Fibras que regulam o intestino e prolongam a saciedade

O gergelim é rico em fibras alimentares, que favorecem o trânsito intestinal e ajudam no controle do apetite ao retardar o esvaziamento gástrico. Isso contribui para o bem-estar digestivo e pode ser um apoio no controle do peso.

5. Ômega-6, que ajuda a proteger o coração

A semente também é rica em gorduras poli-insaturadas, especialmente o ômega-6, que pode ajudar a reduzir o colesterol LDL (o “ruim”). O ideal é que seu consumo esteja equilibrado com fontes de ômega-3, como linhaça ou peixes, para manter a saúde cardiovascular.

Perigos do gergelim: o que é necessário saber

Foto artística de sementes de gergelim em um delicado e pequeno saco ao lado de um frasco com óleo de gergelim, uma colher com sementes de gergelim e uma combuca com molho, Todos os elementos estão sobre um pano de juta, produzindo uma atmosfera de muito bom gosto.
O gergelim na forma de óleo pode acentuar possíveis sintomas alérgicos

De modo geral, o gergelim é um excelente aliado da saúde. Mas há alguns aspectos que merecem atenção, ainda que nem todos sejam tão alarmantes quanto parecem. Vamos esclarecer:

1. Gergelim pode provocar reação alérgica?

Sim. A alergia ao gergelim é o principal motivo que levou países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e União Europeia a obrigarem a rotulagem clara do ingrediente. Essa reação pode variar de leve a grave, com sintomas como:

  • Coceira e inchaço nos lábios ou na boca;
  • Vermelhidão na pele;
  • Náuseas e dor abdominal;
  • Dificuldade para respirar;
  • E, em casos raros, o temido choque anafilático.

O mais preocupante é que muitas pessoas nem sabem que têm alergia, pois os sintomas podem surgir apenas após o consumo repetido ou em preparações concentradas, como tahine (pasta de gergelim), halawi (doce árabe) ou óleos vegetais.

De acordo com um estudo publicado na National Library of Medicine, entre 0,1% e 0,24% da população dos EUA apresentam alergia ao gergelim. No Brasil, isso equivaleria a 500 mil pessoas — mais do que o dobro do número de pacientes com doença de Parkinson e sete vezes a quantidade anual de novos casos de câncer de mama.

2. Gergelim faz mal para os rins?

Essa é uma dúvida frequente e está presente em mais de 2 mil buscas mensais no Google no Brasil.

Para pessoas saudáveis, não há riscos conhecidos. Porém, quem tem doença renal crônica ou histórico de cálculos renais deve sim evitar o consumo contínuo, devido à presença de:

  • Fósforo, que pode se acumular no sangue em quem tem insuficiência renal;
  • Oxalato, que pode favorecer a formação de pedras nos rins em pessoas predispostas.

Se esse for o seu caso, o ideal é conversar com um nefrologista ou nutricionista antes de incluir o gergelim regularmente na dieta.

3. Gergelim engorda?

Uma colher de sopa com a semente tem cerca de 90 kcal. Por isso, o consumo excessivo pode sim contribuir para o ganho de peso. Apesar disso, quando usado com moderação, o gergelim pode até ajudar no controle do apetite, graças ao seu teor de fibras e gorduras boas, que aumentam a saciedade.

4. Gergelim pode interagir com medicamentos?

Por conter vitamina K, ele pode interferir na ação de anticoagulantes como a varfarina. Isso não significa que precise ser evitado por completo, mas quem faz uso desse tipo de medicação deve ter cautela e conversar a respeito com o médico ou nutricionista

5. É seguro consumir gergelim na gravidez?

Geralmente é seguro, mas mulheres com histórico de alergias devem consultar um médico antes de consumir com frequência. Além disso, como o sistema imunológico pode ficar mais sensível durante a gestação, é importante observar qualquer reação após o consumo.

Conclusão

O gergelim é nutritivo, versátil e repleto de benefícios. Mas, como todo alimento funcional, não está isento de contraindicações. Em especial, quem tem alergia, problemas renais ou faz uso de anticoagulantes precisa ter cuidado.

A melhor escolha é sempre baseada em informação e orientação profissional. E, se surgir algum sintoma após o consumo, é importante procurar um médico.

Perguntas frequentes sobre o gergelim

Duas colheres de madeira, sendo que uma contém gergelim branco e outra gergelim preto. Ambas estão rodeadas de sementes de gergelim caídas. Os elementos se encontram sobre um pedaço de madeira, produzindo uma atmosfera de aconchego.
O gergelim preto tem mais nutrientes e sabor mais acentuado em comparação com o branco

Quais as diferenças entre o gergelim branco, preto e dourado?

O branco é o mais comum, com sabor suave. O preto tem sabor mais intenso e mais antioxidantes. O dourado é intermediário, mantendo a casca e os nutrientes.

Gergelim com casca ou sem casca — o que é mais saudável?

Com casca, pois contém mais fibras, cálcio e minerais.

Gergelim inteiro ou moído — o que é mais saudável?

Moído, pois facilita a absorção dos nutrientes.

Gergelim cru ou torrado – o que é mais saudável?

Cru mantém mais nutrientes; torrado tem melhor digestão e sabor mais marcante. É uma questão de escolha.

Gergelim tem glúten?

Não. É naturalmente livre de glúten.

Como consumir?

Pode ser usado em saladas, pães, massas, iogurtes, granolas ou como óleo. Também pode ser armazenado em um grande pote com outras sementes benéficas para a saúde tais como abóbora, girassol e linhaça. Neste caso, uma colher por dia com estas sementes pode significar um hábito simples e poderoso para obter fibras, gorduras saudáveis, antioxidantes e vários outros nutrientes que favorecem o bom funcionamento do organismo.

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Fontes:

1- Estudo publicado na National Library of Medicine estima que a prevalência de alergia ao gergelim nos Estados Unidos varia entre 0,1% e 0,24% da população. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11250203

2- Segundo pesquisadores do National Institutes of Health (NIH), 17% das crianças com alergia alimentar também apresentam alergia ao gergelim. Disponível em: https://www.nih.gov/news-events/news-releases/nih-researchers-estimate-17-food-allergic-children-have-sesame-allergy

3-A Academia de Nutrição e Dietética dos EUA estima que cerca de 1 milhão de americanos tenham alergia ao gergelim. A rotulagem obrigatória como alérgeno passou a vigorar apenas em 2023. Disponível em: https://www.eatrightpro.org/news-center/practice-trends/sesame-is-ninth-major-food-allergen-in-us