Exame de gordura no fígado: conheça os 3 mais atualizados

Médico com transdutor realizando exame de gordura no fígado, enquanto o monitor exibe imagem colorida com níveis de rigidez hepática relacionados à esteatose

A gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática, é extremamente comum — e os exames para diagnosticá-la evoluíram muito nos últimos anos. Hoje, é possível identificar precocemente alterações hepáticas, acompanhar a resposta ao tratamento e prevenir complicações com muito mais precisão.

Atualmente, estima-se que cerca de 30% da população brasileira tenha esteatose hepática, segundo documento oficial da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH, 2023).

Essa ampla prevalência se deve ao fato de a condição estar frequentemente associada a fatores cada vez mais presentes na vida moderna, como:

  • Excesso de peso;
  • Sedentarismo;
  • Alimentação rica em carboidratos simples;
  • Resistência à insulina.

Por isso, o diagnóstico correto é essencial — não apenas para identificar o acúmulo de gordura, mas também para avaliar o risco de evolução para quadros mais graves, como inflamação, fibrose e cirrose.

Mas, afinal: qual exame detecta gordura no fígado com mais precisão?

Hoje, os três métodos considerados como os mais modernos são:

  • Ultrassom hepático multiparamétrico;
  • Ressonância magnética com quantificação da gordura;
  • Elastografia hepática.

1. Ultrassom hepático multiparamétrico

O ultrassom tradicional já permitia avaliar a estrutura e o aspecto do fígado, fornecendo elementos para identificar suspeitas de esteatose. Nos equipamentos mais modernos, porém, o ultrassom passou a incluir medições objetivas, que podem estimar:

  • Quantidade de gordura;
  • Presença de inflamação;
  • Alterações estruturais do fígado.

Esses dados não substituem a interpretação médica, mas tornam o diagnóstico:

  • Mais preciso;
  • Mais rápido;
  • Mais reprodutível ao longo do tempo.

Além disso, permitem acompanhar a evolução do quadro, especialmente em fases iniciais — quando pequenas alterações poderiam passar despercebidas.

2. Ressonância magnética com quantificação da gordura

Entre os exames disponíveis, a ressonância magnética com quantificação da gordura é hoje o método que oferece a maior precisão para medir a proporção de gordura no fígado.

Ela permite:

  • Quantificar o grau de esteatose com grande exatidão;
  • Detectar alterações precoces;
  • Diferenciar quadros simples de casos associados à inflamação.

É especialmente indicada quando:

  • O ultrassom mostra alterações, mas ainda inconclusivas;
  • O paciente tem fatores de risco importantes;
  • É necessário monitorar de perto a resposta ao tratamento.

3. Elastografia hepática
Médica analisando no monitor a elastografia, com imagem em cores que mostram diferentes níveis de gordura no fígado e possível fibrose

Enquanto ultrassom e ressonância avaliam principalmente a gordura, a elastografia mede a rigidez do fígado — que é um marcador de dano estrutural.

O exame é realizado por ultrassom, sem cortes, agulhas, sedação ou internação, fornecendo informações que antes só poderiam ser obtidas por meio de biópsia hepática.

A elastografia é fundamental para avaliar:

  • Se a esteatose já evoluiu para fibrose;
  • O risco de progressão para cirrose;
  • Quando intervenções mais intensivas podem ser necessárias.

Como prevenir e tratar a gordura no fígado

O tratamento da esteatose costuma combinar várias abordagens, que se complementam:

1. Alimentação equilibrada

Implementação de planos alimentares que produzem impacto significativo na redução da gordura hepática:

  • Menos carboidratos simples;
  • Mais fibras;
  • Maior variedade de vegetais;
  • Proteínas de melhor qualidade.

2. Controle de doenças associadas

Superação de condições que têm relação direta com a esteatose, promovendo a redução do processo inflamatório:

  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Colesterol elevado;
  • Excesso de peso.

3. Medicamentos

Podem ser recomendados pelo médico nas ocasiões em que a esteatose apresenta:

  • Inflamação persistente;
  • Fibrose avançada;
  • Acúmulo de gordura resistente ao tratamento convencional.

4. Estilo de vida

Consolidação da prática regular de atividade física, que comprovadamente é eficaz para:

  • Reduzir gordura no fígado
  • Melhorar a sensibilidade à insulina
  • Diminuir o risco cardiovascular

Principais dúvidas sobre exame para gordura no fígado

Imagem de ressonância magnética de fígado com esteatose hepática
Representação de ressonância magnética utilizada para quantificar o grau de gordura no fígado (esteatose hepática)
1 – Qual exame de sangue detecta gordura no fígado?

O exame de sangue que mais sugere gordura no fígado é a dosagem das enzimas hepáticas, como TGO (AST) e TGP (ALT), que podem estar elevadas quando há inflamação. No entanto, nenhum exame de sangue confirma a esteatose sozinho — o diagnóstico preciso é feito por imagem, como ultrassom, elastografia ou ressonância magnética.

2 – Qual o melhor exame para detectar gordura no fígado?

O ultrassom hepático multiparamétrico é o exame inicial mais indicado, pois detecta a presença de gordura e estima sua quantidade. Para avaliações mais detalhadas, como a detecção de fibrose, pode-se usar a elastografia hepática. Já para uma medição exata do percentual de gordura, a ressonância magnética é a melhor opção

3 – Gordura no fígado é grave?

A gordura no fígado pode se tornar grave se não tratada. Em muitos casos ela começa silenciosa, mas pode evoluir para inflamação, fibrose, cirrose e até câncer hepático. Por isso, identificar precocemente e acompanhar com exames é fundamental.

4 – Como eliminar gordura no fígado rápido?

Eliminar gordura no fígado rapidamente exige mudanças no estilo de vida. A base do tratamento inclui reduzir carboidratos simples e açúcar, praticar atividade física regular e controlar condições associadas, como diabetes e colesterol. Em alguns casos, o médico também pode indicar medicação ou suplementação para acelerar os resultados com segurança.

5 – Quem tem gordura no fígado: o que não pode comer?

Quem tem gordura no fígado deve evitar alimentos ricos em açúcar, frituras, ultraprocessados, excesso de carboidratos simples (como pão branco e massas) e bebidas alcoólicas. Esses itens favorecem inflamação, acúmulo de gordura no fígado e piora da doença. O ideal é priorizar alimentos naturais, proteínas magras, verduras, legumes e gorduras boas.

6 – Existem sucos para gordura no fígado?

Sim, alguns sucos podem ajudar no controle da gordura no fígado quando fazem parte de uma alimentação equilibrada. Combinações com limão, couve, hortelã, maçã verde e gengibre, por exemplo, podem contribuir para melhorar o metabolismo da gordura e reduzir a inflamação.

7 – Gordura no fígado dá diarreia?

A gordura no fígado em geral não causa diarreia, diretamente. Trata-se de uma condição muitas vezes silenciosa, e seus sintomas mais comuns são inespecíficos, como cansaço ou desconforto abdominal. Porém, se a pessoa já desenvolveu inflamação ou outras doenças associadas, alterações do intestino podem aparecer — mas não são o sinal mais comum.

Exame de gordura no fígado na Transduson

Sala de Ressonância Magnética da Transduson na unidade de Carapicuíba
Uma das salas de Ressonância Magnética da Transduson

Na Transduson, você pode realizar os três exames mais modernos para diagnóstico e acompanhamento da gordura hepática:

  • Ultrassom hepático multiparamétrico
  • Ressonância magnética com quantificação da gordura
  • Elastografia hepática

Com unidades em Alphaville e Carapicuíba, a Transduson possui certificação ONA 3, o mais altonível de qualidade da Organização Nacional de Acreditação.

Apenas 0,5% das 26 mil instituições de medicina diagnóstica no Brasil chegam a esse patamar — uma distinção que reconhece a excelência em:

  • Segurança;
  • Padronização de processos;
  • Qualidade assistencial;
  • Resultados entregues ao paciente.

Dra. Luciana Dias Rodrigo Francisco

Autora do artigo, ela é Médica Radiologista com doutorado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É também fundadora e CEO da Transduson.

Referência

Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH). Consenso Brasileiro de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica. SBH, 2023