Quando se fala em longevidade, a imagem mais comum que nos ocorre é a de alguém que vive por muitos anos — o que, sem dúvida, é algo positivo. Mas a longevidade também significa conviver por mais tempo com nossos pais, tios e até avós em idade avançada. Isso exige novos hábitos e cuidados que as gerações anteriores não conheceram e, por isso, não puderam transmitir às crianças, adolescentes e adultos de hoje.
Segundo o IBGE, a população idosa do Brasil com 60 anos ou mais representará aproximadamente 19,3% da população total em 2030, superando pela primeira vez o grupo de crianças e adolescentes com até 14 anos, que corresponderá a cerca de 17,6%. Essa mudança demográfica ressalta a importância de políticas públicas e estratégias que atendam às necessidades de uma população envelhecida.
População idosa no Brasil
Idade | População em 2030 | Percentual da população total |
0 a 14 | 39,2 milhões | 17,6% |
15 a 24 | 31,5 milhões | 14,1% |
25 a 59 | 108,7 milhões | 48,8% |
60 a 64 | 11,7 milhões | 5,2% |
65 ou mais | 31,5 milhões | 14,1% |
Total | 222,6 milhões | 100% |
Fonte: IBGE
O que outros países ensinam sobre longevidade saudável
Afinal, por que todos desejam a longevidade? Porque, no fundo, queremos seguir vivendo. Mas não de qualquer jeito — queremos viver com saúde, autonomia e prazer. Sim, isso é possível e já vem acontecendo em diversos países que envelheceram antes do Brasil. São eles que mostram, na prática, os 3 principais caminhos da longevidade saudável:
1. Trabalhar por escolha — e com propósito
Para quem gosta de se manter ativo, continuar no mercado de trabalho é uma excelente opção. Afinal, a longevidade traz algo que só o tempo oferece: maturidade, visão estratégica e equilíbrio emocional. Nessas condições, o trabalho deixa de ser uma obrigação e passa a ser uma fonte de realização, propósito — e também de socialização.
No Japão, o número de trabalhadores com mais de 65 anos chegou a 9,1 milhões em 2023, representando 25,2% da população dessa faixa etária. Entre os japoneses de 65 a 69 anos, 52% continuam ativos; entre 70 e 74 anos, são 34%. E mesmo entre os que têm 75 anos ou mais, 11,4% ainda estão empregados.
Nos Estados Unidos, em 2024, cerca de 19% das pessoas com 65 anos ou mais estavam empregadas — quase o dobro do que se via em 1987. O grupo de trabalhadores com 75 anos ou mais é o que mais cresce e já responde por 7% de todos os salários pagos no país.
No Brasil, ainda estamos começando esse movimento. Algumas empresas já adotam políticas inclusivas para trabalhadores maduros, mas há muito espaço para avançar. O primeiro passo, muitas vezes, vem do próprio profissional, que escolhe seguir contribuindo com seu talento e experiência.
2. Viver com leveza e liberdade

Outro bom caminho é aproveitar essa nova fase para fazer o que antes não dava tempo: viajar, praticar esportes, participar de atividades culturais, retomar antigos hobbies ou descobrir novos interesses.
Na França, são populares os “clubes seniores” que oferecem esportes, aulas de teatro, fotografia, idiomas e tecnologia.
Em Portugal, as universidades da terceira idade atraem milhares de alunos com cursos livres em diversas áreas — e sem a pressão de provas ou diplomas.
Já na Nova Zelândia, parques e centros comunitários promovem encontros intergeracionais que valorizam a convivência entre diferentes faixas etárias.
A mensagem é clara: nunca é tarde para viver bem, desde que se esteja disposto a redescobrir o prazer de estar ativo.
3. Fazer a diferença na vida dos outros
De acordo com exemplos que vêm de fora, haveria ainda um terceiro caminho para uma longevidade saudável: a chance de retribuir a outras pessoas o que se aprendeu ao longo da vida. Isso pode se manifestar no apoio à família, no voluntariado, no papel de mentor ou até na criação de projetos sociais:
Na Noruega, os chamados “avós voluntários” atuam em creches e escolas, oferecendo afeto e valores às novas gerações.
No Chile, o programa Adulto Mejor incentiva a participação cidadã de idosos em ações culturais e ambientais.
No Brasil, esse movimento ainda está ganhando força, mas já existem iniciativas inspiradoras. Cada vez mais pessoas da terceira idade reconhecem que ainda têm muito a oferecer — com tempo, sabedoria e generosidade.
O que nos ensinam sobre os problemas da longevidade

Se é verdade que os brasileiros estão começando a descobrir que a longevidade impõe desafios, também é verdade que não somos os únicos a lidar com o problema. Diversos países que já passaram por essa transformação encontraram soluções criativas e eficientes para lidar com uma população mais longeva. O Brasil pode se inspirar nesses 4 exemplos:
1. Propósito e vida ativa
O Japão, país mais longevo do mundo, valoriza o ikigai — a razão de viver — como base do envelhecimento saudável. Programas comunitários incentivam idosos a se manterem ativos, seja por meio de exercícios, oficinas culturais ou voluntariado. Exames regulares e atenção à saúde preventiva também são prioridade.
2. Cuidado domiciliar e apoio ao cuidador
Na Suécia, a preferência é manter o idoso em casa com qualidade de vida. Serviços públicos oferecem assistência médica, fisioterapia, alimentação e cuidados diários. Familiares que atuam como cuidadores recebem treinamento e apoio financeiro, o que reduz a sobrecarga e valoriza essa função.
3. Panejamento financeiro para a velhice
Desde 1995, a Alemanha conta com um seguro obrigatório de cuidados de longo prazo. Ele cobre parte dos custos com cuidadores ou instituições especializadas, conforme o grau de dependência da pessoa idosa. A política dá segurança às famílias e permite planejamento com antecedência.
4. Prevenção em primeiro lugar
No Canadá, o foco está na saúde preventiva. Campanhas educativas voltadas à alimentação, exercícios e saúde mental são frequentes, e os centros de atenção primária integram médicos, enfermeiros e psicólogos para garantir atendimento completo à população idosa.
Cinco formas da família assumir a longevidade
As famílias não precisam aguardar até que as políticas públicas se tornem realidade para assumir um papel ativo no cuidado com seus idosos. E isso não significa apenas lidar com emergências médicas, mas também promover bem-estar no dia a dia. Eis 5 dicas preciosas:
1, Converse sobre o envelhecimento
O diálogo aberto sobre saúde, autonomia e preferências evita decisões precipitadas e fortalece vínculos familiares.
2. Adapte o ambiente doméstico
Pequenas mudanças como barras de apoio, iluminação adequada e pisos antiderrapantes podem evitar quedas e aumentar a autonomia.
3. Divida responsabilidades
O cuidado com uma pessoa idosa não deve recair sobre uma única pessoa. A organização familiar precisa ser coletiva.
4. Use a tecnologia
Aplicativos de lembrete de medicamentos, consultas por telemedicina e grupos de apoio online podem ajudar bastante.
5. Incentive a atividade física e o convívio social
Caminhadas, aulas em centros comunitários ou apenas o hábito de conversar com amigos podem fazer maravilhas para a saúde emocional.
O impacto da longevidade no sistema de saúde
O aumento da população idosa tem reflexos diretos sobre o sistema de saúde, uma vez que esse processo tende a ampliar a demanda por atendimentos relacionados a doenças crônicas como hipertensão, diabetes, osteoporose e doenças cardíacas.
Prevalência de doenças crônicas em idosos no Brasil
Doença Crônica | Idosos com 60 anos ou mais | Idosos com 80 anos ou mais |
Hipertensão Arterial | 65,6% | 62,9% |
Doença de Coluna | 47,9% | 33,9% |
Doença Cardiovascular | 39,2% | 25,3% |
Artrite/Reumatismo | 34,1% | 31,5% |
Diabetes Mellitus | 24,7% | 23,9% |
Depressão | 19,7% | 24,1% |
Osteoporose | 13% | 31,9% |
Infarto Agudo do Miocárdio | 8,0% | 8,0% |
Acidente Vascular Cerebral | 7,5% | 7,5% |
Fontes: Revista Ciência & Saúde Coletiva, SciELO Brasil e SciELO Saúde Pública (dados sobre hipertensão, doença de coluna, doenças cardiovasculares, artrite/reumatismo, diabetes mellitus e depressão). Revista Futura (dados sobre osteoporose). New Science Publicações, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, Even3 e nos anais da PRP Unicamp (infarto agudo do miocárdio e AVC).
Medicina diagnóstica: aliada fundamental da longevidade saudável
Como prevenir é sempre melhor — e mais barato — do que remediar, a medicina diagnóstica exerce um papel central na promoção da longevidade com qualidade. Vários exames de rotina ajudam a detectar doenças antes que apresentem sintomas graves. Por exemplo:
- Ultrassonografias: podem identificar alterações em órgãos internos.
- Densitometria óssea: é fundamental para avaliar riscos de fraturas em idosos.
- Exames cardiovasculares: ecocardiograma e teste ergométrico monitoram a saúde do coração.
- Check-ups laboratoriais: permitem acompanhar funções renais, hepáticas, colesterol, glicemia e muito mais.
Na Transduson
O acesso a exames com agilidade, precisão e acolhimento contribui diretamente para o bem-estar da pessoa idosa — e também para a tranquilidade de suas famílias.
Na Transduson, entendemos que cada fase da vida exige um cuidado específico. Por isso, buscamos oferecer exames com qualidade técnica, ambiente humanizado e suporte completo para pacientes e acompanhantes. Envelhecer com dignidade começa com o cuidado no presente.
A Transduson acredita que o futuro da longevidade depende de escolhas conscientes feitas agora. Promover o diagnóstico precoce e o cuidado contínuo é um passo importante para garantir que viver mais seja, de fato, viver melhor.
Fontes:
a) Dados oficiais e institucionais:
1. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Dados demográficos e projeções populacionais no Brasil
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9127-projecao-da-populacao.html
2. Ministério da Saúde – Brasil
Informações sobre doenças crônicas e envelhecimento
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-da-pessoa-idosa
b) Dados internacionais e estudos sobre trabalho na terceira idade:
3. Ministério da Saúde do Japão / Agência de Estatísticas do Japão
Estatísticas sobre trabalho na terceira idade e programas sociais
https://www.stat.go.jp/english/
4. Forbes Brasil
Artigo sobre o aumento do trabalho na terceira idade nos EUA
https://forbes.com.br/colunas/2024/03/trabalho-apos-65-anos-nos-eua/
c) Exemplos de políticas públicas internacionais:
5. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
Relatórios sobre envelhecimento populacional e políticas sociais em países desenvolvidos
https://www.oecd.org/health/ageingandlong-term-care.htm
6. Organização Mundial da Saúde (OMS)
Estratégias globais para envelhecimento saudável
https://www.who.int/ageing/en/
d) Saúde e doenças crônicas em idosos:
7. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
Informações sobre prevalência de doenças crônicas em idosos
https://sbgg.org.br/
8. Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Dados sobre doenças crônicas e prevenção
https://www.inca.gov.br/
e) Exemplos específicos dos países citados:
9. Agência Nacional de Estatísticas do Japão – Estatísticas Populacionais e de Trabalho
https://www.stat.go.jp/english/data/roudou/index.html
10. Statistics Canada
Dados sobre envelhecimento e saúde no Canadá
https://www.statcan.gc.ca/eng/subjects-start/health
11. Statistisches Bundesamt (Destatis) – Alemanha
Dados sobre seguro de cuidados de longo prazo e população idosa
https://www.destatis.de/EN/Home/_node.html
12. Agência Sueca de Saúde e Bem-Estar Social
Informações sobre cuidado domiciliar e políticas para idosos
https://www.socialstyrelsen.se/en/